sábado, 7 de novembro de 2009

Valsa

Olá pessoal!
Quero compartilhar uma poesia de Cecília Meireles,escrita em 1958.

Valsa

Faz tanto luar que eu pensei nos teus olhos antigos
e nas tuas antigas palavras.
O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos,
que tornei a viver contigo enquanto o vento passava.

Houve uma noite que cintilou sobre o teu rosto
e modelou tua voz entre as algas.
Eu moro,desde então,nas pedras frias que o céu protege
e estudo apenas o ar e as águas.

Coitado de quem pôs sua esperança
nas praias fora do mundo...
-Os ares fogem,viram-se águas,
mesmo as pedras,com o tempo,mudam.

MEIRELES,Cecília.Valsa.In:Obra poética.Rio de Janeiro,Aguilar,1958.p.52.

Patty

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