quinta-feira, 19 de novembro de 2009

WEBQUEST / PLANO DE AULA

PROJETO “O JORNAL EM SALA DE AULA ”




Tema:

O Jornal como projeto de recuperação e inserção do aluno na sociedade

Resumo:
O presente trabalho traz um levantamento detalhado sobre as possibilidades de se trabalhar a implantação do jornal em sala de aula e propõe sanar as dificuldades encontradas pelos alunos, estimulando o hábito da leitura e interpretação dos textos, tendo como importante foco a formação da cidadania. Argumenta ainda como a apropriação desse recurso sendo bem explorado, traz benefícios não só para o aluno, professor e escola, mas para a sociedade de um modo geral. Alimenta também a constante preocupação no sentido de preparar os alunos para a convivência harmoniosa e produtiva com a alta tecnologia de informação do mundo em que vivemos.

Introdução:

A grande quantidade de informações divulgadas pelos meios de comunicação na atualidade sugere mudanças na Educação. Simplesmente produzir ou aceitar, sem questionamentos precisa deixar de fazer parte da rotina escolar. O incentivo á criatividade dos alunos ante o domínio dos meios de comunicação deveria estar sempre presente nas aulas, com incentivo à leitura, o que levaria o aluno a ser mais crítico quanto ao que for lançado sobre ele, sabendo discernir se realmente isso será relevante para o seu crescimento como leitor-cidadão, ciente de sua inserção em uma sociedade influenciada por esses meios.
Para que isso ocorra, a Educação precisa deixar de lado seu paradigma conservador de simplesmente transmissor do conteúdo disciplinar e se voltar para a contemporaneidade, que está a exigir, cada vez mais, professores e alunos leitores e consumidores, mais críticos e ativos, que saibam discernir acerca das informações realmente relevantes e a partir daí, tenham condições de construir um conhecimento significativo.
Com a inserção do Jornal em sala de aula, acredita-se que o aluno será incentivado a através de leituras, conhecimentos e pesquisas, a entender o que será relevante para a formação profissional que irá escolher, podendo assim participar junto com qualquer cidadão independente da classe social a que pertence, na escolha de um trabalho no qual se realize plenamente.
É óbvio que a inovação não se resume à simples introdução de tecnologias em sala
de aula. A inovação está no modo como elas são aplicadas. Somente terão importância
epistemológica e justificar-se-ão pedagogicamente, se facilitarem o alcance dos objetivos
aprendizagem, de construção do conhecimento e se forem eficientes para tanto (MASETTO, 2004).

Objetivo geral:

Destacar a importância de renovação das metodologias utilizadas nas aulas de língua portuguesa, tendo como alternativa metodológica o uso do jornal em sala de aula, mostrando que este é um ótimo instrumento de trabalho interdisciplinar, atual e prático, que proporciona aos alunos um contato mais direto com a realidade, informando-os e desenvolvendo neles a capacidade de raciocínio, reflexão e argumentação.

Objetivos específicos:


- Estimular o hábito da leitura diária.
- Fortalecer, pelo conhecimento, a cidadania, e aprimorar a criatividade.
- Desenvolver a capacidade operacional de professores e alunos.
- Fornecer à escola recurso pedagógico dinâmico, permanente, atualizado e viável para a sala de aula.
- Facilitar o manuseio da informação, desenvolvendo o senso crítico e criativo do aluno em diferentes meios de comunicação: TV, rádio, revista, jornal e outros.
- Incentivar melhor domínio e manejo da linguagem oral e escrita.
-Viabilizar o uso do jornal como recurso de apoio didático para todas as disciplinas curriculares.

Justificativa:

A utilização do jornal na sala de aula é uma técnica reconhecida, pois auxilia na aquisição da linguagem, na ampliação do vocabulário, na capacidade de analisar discursos e na própria inserção do aluno na sociedade como cidadão.
O uso do jornal é um recurso a mais para a prática didática. É atualizado, dinâmico e proporciona atividades desafiadoras que propicia a integração de assuntos, levando o aluno a conhecer diferentes posturas ideológicas diante de um fato, a tomar posições fundamentadas e a respeitar diferentes pontos de vista.
O jornal mostra como uma leitura crítica pode transformar as aulas numa atividade divertida e proveitosa, contribuindo permanentemente com a formação dos indivíduos pela da informação.
Com o hábito da leitura desde cedo, o educando torna-se um cidadão informado e remete à formação crítica das leituras do mundo. Cada indivíduo lê com as experiências de mundo que carrega. Uma das principais preocupações desse projeto é fazer com que o aluno pense por si próprio.
Esse projeto apresenta também a incumbência de socializar à comunidade a construção do conhecimento desenvolvido em sala a partir da leitura de informações trazidas pelo jornal. Paralelo a isso há uma interação entre jornal, escola e Associação de Pais e Professores, para que os pais fiquem cientes do que é ensinado em sala e participe de uma maneira mais intensa. São mostrados, inclusive, o que os alunos estão aprendendo e o trabalho que é desenvolvido em sala de aula. Algumas vezes, são expostos os trabalhos dos alunos e os projetos que a escola está desenvolvendo para que a comunidade tenha acesso.
Sendo veículo de informação de propostas de cidadania, serve para informar a professores, alunos e seus familiares fatos importantes do momento. Essas informações levam à análise crítica e à busca de soluções criativas para os problemas a comunidade, favorecendo a escola, as famílias e os alunos que atuarão como cidadãos do mundo, responsáveis que são pelos seus atos na construção da história da sociedade.

Revisão da literatura:

Este trabalho fará uma análise da importância de serem renovadas as metodologias utilizadas nas aulas de língua portuguesa apresentando como alternativa metodológica o uso do jornal em sala de aula, mostrando que este é um ótimo instrumento de trabalho interdisciplinar, atual e prático, que proporciona aos alunos um contato mais direto com a realidade, informando-os e desenvolvendo neles a capacidade de raciocínio, reflexão e argumentação.
As aulas de língua portuguesa, tal como são praticadas atualmente por muitos professores, estão fadadas aos estudos descritivos de normas e regras gramaticais que não fornecem aos alunos a oportunidade de explorarem a língua. Muito do que produzem é corrigido à luz de encanecidas gramáticas que consideram os velhos padrões literários como inquestionáveis modelos de boa escrita, desconsiderando a dinamicidade da língua.
Percebe-se que o ensino tradicional da língua portuguesa tem formado alunos incapazes de se expressarem com objetividade e despreparados para usarem, em diversas situações, a língua. Os conhecimentos adquiridos estão longe do que realmente lhes é cobrado na vida prática. Neste contexto, Chomsky, citado por Faria, diz que “é importante a adoção do texto jornalístico como padrão da língua escrita escolar em substituição ao texto literário (FARIA, 2004, p.11).
Por meio do uso do jornal, o professor poderá trabalhar com um material em que é possível encontrar um português padrão e uniforme que diminuirá a distância entre um aluno oriundo do sul do Brasil e de outro que vem do Nordeste que estude na mesma sala.
Além disso, o uso do jornal em sala de aula consiste em material diariamente atualizado, que traz não apenas a norma culta, mas notícias atuais que proporcionarão aos alunos a oportunidade de estarem a par dos principais acontecimentos do país.
Somando-se a isso, o trabalho com os textos jornalísticos possibilita aos professores desenvolver temas transversais em sala de aula por meio de análise crítica das reportagens, buscando decodificar as ideologias presentes, desenvolvendo nos alunos a cidadania, o espírito reflexivo, para que saibam discernir entre uma mensagem sensacionalista e uma realmente objetiva.
Para os professores, o uso do jornal consiste também em uma ferramenta didática extra. É necessário, contudo, que tais docentes estejam dispostos a deixar de lado o velho livro didático, com suas respostas sistemáticas e fáceis de serem desenvolvidas, e trabalhar com jornais, produzindo, juntamente com a colaboração dos alunos, seu próprio recurso didático.
É comum pensar que a escola de hoje, com seriações e níveis de organização, sempre existiu com docentes de maior nível de conhecimento, com a missão de transmitir esses conhecimentos aos que sabem menos. Parece ser natural e necessário um espaço onde se passe esse conhecimento. A conseqüência desse pensamento é o ciclo em que professores “fingem que ensinam” e alunos “fingem que aprendem”, centrado na forma e não nos conteúdos significativos. Cabe à Universidade, utilizando-se de influências dos meios de comunicação, formar profissionais atentos à realidade social de hoje. É importante verificar, ainda, como a educação busca meios de encontrar o melhor caminho para os professores em sala de aula.
Muitas são as possibilidades de se trabalhar com jornais falados e escritos explorando, no caso deste último, desde a primeira à última página. Nas atividades com jornais, há uma grande interação entre professor e aluno, aluno e aluno e escola e sociedade por meio de trabalhos realizados em equipes em que os estudantes tanto podem coletá-los e analisá-los de forma crítica, quanto produzir seus próprios jornais.
Assim, tanto a prática da leitura quanto a produção textual podem ser, de forma contextualizada, desenvolvidas em sala de aula. As possibilidades suscitadas pelo emprego de jornais em sala abrem um leque muito grande de metodologias que podem ser usadas por professores realmente comprometidos não só com o ensino da língua materna, mas também com a responsabilidade que assumiram ao colarem grau em um curso de licenciatura.
Utilizando as novas tecnologias, o professor faz uso do jornal em sala de aula e transforma a informação em conhecimento, usando uma linguagem simples e direta, o que facilita a compreensão. Sem uma atualização permanente o professor não conseguirá introduzir os meios de comunicação e as novas tecnologias da informação e da comunicação em sala de aula de modo crítico, ou inovador, já que a criticidade é uma das características da educação inovadora.
Segundo Demo (2005, p.84),o professor do futuro precisa compor-se com a atualização permanente “Sem desprezar o domínio dos conteúdos, necessário para o exercício profissional, e o conhecimento renovado que valoriza mais o conhecimento metodológico, representado no saber pensar e aprender a aprender”.
No contexto brasileiro, o hábito se forma nas seguintes oportunidades: a familiaridade com a imprensa (desde a infância, a partir da experiência doméstica com os adultos), a necessidade de informação diversificada da atualidade em virtude do vestibular e em função da atividade profissional. O programa “O jornal na educação” apresenta cunho institucional e cumpre as funções empresarial, educativa e social, ao contribuir para formar novos leitores e dar oportunidade a estudantes de todo o país de terem acesso ao jornal e desenvolverem o espírito de cidadania.
No Estado de São Paulo, foi criado um projeto intitulado “São Paulo faz escola” de autoria de Maria Inês Fini. As páginas de Língua Portuguesa e Literatura são de autoria de Henrique Mateos e José Luiz Landeira.
Esse jornal foi desenvolvido com base nos resultados do SARESP de 2005, que constatou a dificuldade de aprendizagem dos alunos.
Verificando que os alunos iam para a escola com uma diversidade de conhecimentos, mas, ao mesmo tempo com uma auto-estima baixa surgiu a necessidade de aproveitamento desses conhecimentos trazidos de fora. Com a interação entre o professor e o aluno, resgatar-se-iam a auto-estima, mostrando a eles que pelas leituras diárias ampliariam seus conhecimentos e se tornariam excelentes produtores de texto. Com isso surgiu a idéia do jornal em sala de aula.
Com atividades diversificadas as aulas ficaram mais atraentes, e os alunos demonstraram interesse em participar delas, diminuindo assim a evasão, um problema bastante crucial enfrentado pela escola pública.
Com isso os alunos sentiram-se respeitados e com liberdade para se expressarem, produzindo seus próprios textos. O professor, que era tido como o dono absoluto do saber, passou a ser o intermediário do conhecimento, oferecendo autonomia àqueles para produzirem seu próprio texto, exprimindo suas idéias sem medo e aprendendo a identificar-se com o grupo, respeitando o modo próprio de pensar de seu colega, não importando se o gosto desse era o rock, enquanto o seu próprio era o pagode. Agindo e pensando assim, percebeu-se que a violência dentro da escola diminuiu consideravelmente.
Mais do que atrair leitores, o uso do jornal transformou o espaço da sala de aula, o ensino passou a usar o conteúdo não como fim, mas como meio para o desenvolvimento das habilidades e competências dos jovens, respeitando cada etapa da aprendizagem em que cada um se encontra. O potencial de cada aluno passou a ser exposto, assim como o jeito de pensar e o potencial literário. Essa prática de atividades diversificadas direcionou-os para uma importante reflexão social.
Em 1998, em Santa Catarina , iniciou-se um projeto com um jornal da cidade chamado “A Notícia”, que disponibilizava exemplares nas escolas públicas de Joinvile, com a perspectiva de que o educador logo cedo, quando chegasse à escola para lecionar, pudesse ter uma leitura informativa e pedagógica desse jornal, coletando informações e matérias para serem debatidas e relidas em sala de aulas com seus alunos. Com o sucesso desse projeto, alguns municípios vizinhos se interessaram e implantaram também em suas escolas.
Hoje 17 municípios catarinenses mantêm esse projeto e ainda outros estão interessados em um futuro a curto prazo. A intenção é que o professor tenha condições de tornar o jornal uma ferramenta de apoio no processo de ensino-aprendizagem, fortalecendo a formação pedagógica de seus alunos com a realidade do cotidiano. Junto com essa atividade são ministradas pelo Jornal, durante o ano letivo, oficinas pedagógicas para os professores e promovidas reuniões mensais de acompanhamento e avaliação das atividades realizadas. Essas reuniões são feitas na própria escola, evitando assim que os professores tenham que se deslocar até o jornal.
É veiculado também, mensalmente, um suplemento de apoio ao projeto, para os alunos e professores divulgarem seus trabalhos de um tema atual e diferente.
Esses exemplares são direcionados à comunidade, para que fiquem conhecidos os trabalhos que são realizados nessas escolas e distribuídos em todo o estado de Santa Catarina. Esse projeto foi um incentivo não só para os professores, que vêem seu trabalho valorizado, mas também para os alunos, que se sentem incentivados a melhorar cada vez mais como alunos, prevendo um futuro promissor como cidadãos catarinenses.
O aluno, ao ler um jornal, depara-se com a própria realidade, observando os acertos e erros que a sociedade e o indivíduo cometem. Facilitar o seu acesso aos meios de comunicação é fazê-lo ficar frente a frente com o mundo que o rodeia.

Metodologia:

Através de minuciosa pesquisa em sites da internet e no próprio Jornal intitulado “São Paulo Faz Escola”, selecionadas as matérias e após leitura aprofundada do assunto, viabilizou-se então a transcrição do texto onde abordou-se o assunto de como estão sendo utilizados os Jornais em sala de aula e o que se espera com sua utilização. Pretende-se orientar e trabalhar a leitura de matérias apresentadas e promover, quando necessário, outras leituras para o aprofundamento do conteúdo abordado a fim de viabilizar o debate e em seqüência a produção de texto, e a releitura da realidade em que vivem os estudantes e a comunidade em que estão inseridos. A leitura crítica do Jornal se dará, inicialmente, em sala de aula e o aluno será estimulado a continuar e aprofundar essa leitura em casa, próximo de seus familiares, onde buscarão através do apoio da família, base para sustentar seus argumentos nos debates e nas produções de textos por eles construídos. A comunidade escolar (pais dos estudantes) ao ser instigada a opinar e ajudar em determinados temas, estará também contribuindo com o objetivo do projeto que é o de promover a democratização da informação trabalhando seu acesso e pluralidade como cidadão com direitos, fundamental à construção do conhecimento, tomada de decisão, autonomia e exercício pleno da cidadania, bem como estimular a defesa dos direitos humanos e dos valores da democracia representativa, na sociedade em que vive.






Resultados esperados:

Desenvolver as atividades do projeto para que se consiga resultados de maior produtividade e impacto no ambiente escola, estar cada vez mais próximo desta, para melhor poder atendê-la e apoiá-la quando isso se fizer necessário.
A familiaridade com o jornal, fará com que os alunos se sintam incitados a ler livros e estar em contato com outros meios de comunicação e possam comparar as diferentes linguagens e matérias. Os alunos ficam muito mais informados sobre tudo e, portanto, mais atentos. Quando comparam a leitura das notícias do dia ao conteúdo aprendido nas disciplinas, trazem para perto de si os assuntos e se envolvem muito mais. Criam um sentimento de autonomia e de consciência e por isso gostam muito mais de aprender.
Espera-se também que o aluno tenha um avanço significativo na escrita, bem como na interpretação e na expressão oral expondo as idéias com clareza, consistência nas argumentações, coerência e coesão, escrevendo e expondo o conhecimento adquirido através dos textos produzidos por eles.
Por fim, e talvez mais importante, é ter no projeto pedagógico o contato com meios de comunicação, obrigando a instituição a rever uma posição antiga, de que a Escola seria um lugar onde o aluno recebe a resposta pronta, mas sim onde eles aprendem a formular suas próprias perguntas e esforçar-se para descobrir se a resposta encontrada é adequada.

CYDY

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