domingo, 1 de novembro de 2009

A LEITURA – ESTUDO DO TEXTO


Em a “leitura – estudo do texto”, Geraldi (2005) pondera que o ensino de língua portuguesa deveria centrar-se no desenvolvimento das mais variadas formas de interlocução entre leitor/texto/autor. Nesse sentido, o autor propõe como prática de ensino-aprendizagem a intervenção docente, no que concerne o estudo de textos, objetivando a crescente formação crítica cognitiva dos discentes para que estes possam questionar o modo como escrevem e para quem escrevem. Para isso, Geraldi aponta como objetivos específicos da atuação docente, o direcionamento que o educador deverá promover acerca da análise textual.
Segundo o autor, o professor de língua portuguesa ao trabalhar determinados tipos de textos em sala de aula, deve promover um estudo significativo do texto, ou seja, o educador elencara juntamente com seus discentes pontos importantes para a análise e interpretação textual.
Ao considerar o estudo do texto, deve-se elencar primeiramente a tese defendida pelo autor, conseguinte instiga se os argumentos presentes no texto são congruentes a tese defendida e se há coerência entre a tese e os argumentos defendidos pelo autor. Geraldi (2005) ressalta ainda acerca dos pontos apresentados que, pode-se colocar em evidência a tese defendida quanto a sua veracidade e a validade dos argumentos apresentados no texto. O autor também assevera que, este tipo de interlocução não é unicamente do texto dissertativo, podendo ser estudado em outras tipologias textuais. Em suma, este “estudo do texto” deve ser entendido não como uma mera soma de informações estritas, mas, sobretudo como uma forma de desenvolver as capacidades de percepção e relacionação dos elementos aduzidos dos textos. Isto significa que o estudo do texto é a priori atos de percepção relacional e argumentativa que o leitor faz acerca do texto lido.
Ao desenvolver este tipo de atividade os docentes promovem em sala de aula um estudo significativo do texto, pois, indica aos alunos se as tomadas de decisões do autor ao escrever seu texto foram corretas. Nesse sentido, os alunos passam a reconhecer, tanto quando lêem um texto, ou, quando produzem seu próprio texto os pontos destacados por Geraldi (2005) e passam a avaliar suas próprias produções textuais, deste modo, os alunos avaliam as escolhas que fizeram em âmbito de significados (idéias) e conseqüente na linguagem (palavras e gramática), ou seja, as tomadas de decisões, ao estudarem e produzirem um texto, serão bem calculadas. Além disto, esse “estudo do texto”, como pode ser observado, pretende desenvolver nos alunos o entendimento de que as várias formas de produção textual são sempre modos de pensar/refletir por escrito, ou seja, o aluno reconhece que o texto é a representação de diferentes modalidades da escrita, deste modo, é necessário distingui-las, não as confundindo nunca como uma soma de asserções desconexas e fragmentárias, daí surge a relevância do que Geraldi (2005) propõe aos docentes de língua portuguesa, ou seja, o “estudo do texto” consiste em desenvolver nos alunos, através da leitura e da análise textual, a capacidade de relacionar os elementos contidos no texto não somente com aquilo que o autor escreveu, mas o modo como escreveu e a forma como esse texto se relaciona com (filiando-se em ou opondo-se a) outros textos, a outras teses e argumentos, seja do mesmo autor, ou outros autores.
Referência Bibliográfica
GERALDI, João Wanderley. O Texto na Sala de Aula. Ed. Ática – São Paulo, 2005.
Postado por Débora Santos

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