terça-feira, 3 de novembro de 2009

A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO NA PRÁTICA EDUCATIVA

Magda Soares ao postular sobre letramento e alfabetização aponta a diferença entre os termos. De acordo com a autora, Alfabetização e Letramento embora sejam dois processos distintos são indissociáveis. Segundo Soares, um individuo alfabetizado é aquele que sabe ler e escrever, ou seja, torna-se alfabeto, reconhece o código da escrita. Contudo uma pessoa letrada é versada em letras, ou seja, além de ser alfabeto, faz uso social da prática da leitura e da escrita, respondendo adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita.
De acordo com a autora, a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de Mary Kato (1986), repercutindo bastante influência no mundo da educação. Tal palavra surgiu a partir da necessidade de se dar um nome ao fato que até então não era denotado pela sociedade, ou seja, a medida que o analfabetismo vai sendo superado, a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na escrita. E embora as pessoas tenham sido alfabetizadas, não incorporaram a prática da leitura e da escrita, ou seja, não adquiriram a competência para envolver-se com as práticas sociais de escrita, que envolve leitura de livros, revistas, jornais, produção de ofícios, formulários, requerimentos e etc. ou seja, pessoas meramente alfabetizadas apenas adquiriram o código da escrita, porém não se apropriaram dele. Magda chama- nos a atenção para a função da escola que é desenvolver nos alunos o domínio da linguagem falada, ou seja, os docentes deveriam alfabetizar letrando, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o individuo se tornasse ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado. Deborah Costa autora do texto Alfabetização/Letramento uma proposta com Gêneros Discursivos, concorda com Magda Soares, ao passo que engendra que os educadores devem inserir a criança no universo escrito, valorizando a função da leitura e da escrita, promovendo assim, a alfabetização e o letramento. Deborah Costa denota a importância de se trabalhar em sala de aula com diferentes gêneros textuais, ou seja, o docente deve proporcionar situações próximas da realidade em que nossa sociedade esta inserida em detrimento as práticas tradicionais de alfabetização. Segundo a autora, os diferentes gêneros textuais são uma ferramenta metodológica que serve para desenvolver os diversos usos da linguagem, pois ao fazer uso destes mecanismos de informação o professor proporciona situações reais da vivência do aluno em sociedade, promovendo não somente a aquisição do código da escrita, mais a apropriação deste, ou seja, os discentes tomam posse da prática social da comunicação. Costa, evidência ainda que, a função da escola é de instrumentalizar os alunos para que estes sejam capazes de responder, com competência, às diversas situações comunicativas e que sejam ativos do processo de produção e escrita, ou seja, a escola se torna produtora de cidadãos letrados capazes de participar criticamente de diferentes situações educativas. A autora cita Baktin que evidência, que escrever é ter finalidade específica para dizer algo a alguém de uma determinada maneira.
Sendo assim, conclui-se que, a escola deve promover uma educação que faça com que os alunos cresçam e não embruteçam, ou seja, a escola tem o poder de ser gestora sobre o conhecimento, ao passo que, engendra no ambiente escolar situações que diversificam e caracterizam a realidade de seus alunos. Os professores responsáveis pela preparação de novos cidadãos devem ter condições de repensar os currículos quase que anualmente, a fim de adaptá-los à nova realidade de seus alunos, pois a escola deve servir de bússola na orientação de seus discentes a fim de favorecer uma educação qualitativa e não quantitativa.


COSTA, Deborah. Alfabetização/Letramento uma proposta com Gêneros Discursivos. Revista de Educação Anhanguera, 2003
SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 5ºed. – São Paulo: Contexto, 2008
Postado por Débora Santos

Um comentário:

  1. Pela luz dos olhos teus

    Quando a luz dos olhos meus
    E a luz dos olhos teus
    Resolvem se encontrar
    Ai que bom que isso é meu Deus
    Que frio que me dá o encontro desse olhar
    Mas se a luz dos olhos teus
    Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
    Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
    Meu amor, juro por Deus
    Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
    Quero a luz dos olhos meus
    Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
    Pela luz dos olhos teus
    Eu acho meu amor que só se pode achar
    Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

    Vinícius de Moraes
    Não poderia deixar de falar deste maravilhoso poeta que fez nossa historia músical ir muito além das fronteiras. Admiração profunda.

    Maria José................

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