quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Webquest

Flavio César
Giovanna Fabri
Patrícia Dario

O CONTO

Introdução


O trabalho a seguir traz o conto em todos os seus aspectos, ajudando o aluno a identificar e a diferenciar esse gênero literário de outros, como da novela e do romance. Um dos principais “pontos” da importância de se trabalhar com esse gênero textual, refere-se à possibilidade de orientar o aluno para a interpretação de diferentes fontes de informação.
As atividades propostas para o Ensino Fundamental (aqui as atividades foram desenvolvidas para estudantes da “antiga” 7ª série ou novo 8º ano) buscam explorar o conto em algumas de suas possibilidades, tais como: ilustração, ortografia, interpretação e pontuação.
Objetivamos também, através deste trabalho, que o educando seja capaz de criar o seu próprio conto utilizando-se de todas as características estruturais necessárias para isso, como o enredo, personagem, tempo e espaço.

O CONTO: CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS &

O conto considerado moderno, na forma que conhecemos hoje, definiu-se no séc.XIX.
Assim como a novela e o romance, o conto não se define apenas por seu número de páginas, mas por características estruturais próprias, elimina análises minuciosas e complicadas, podendo-se admitir que é um gênero de fácil interpretação.
Outras características são o tempo e o espaço fortemente delimitados. O primeiro trabalha com lapsos curtos de tempo, interessando a ação tornada presente na narrativa, não se avançando muito para o passado ou para o futuro dos acontecimentos. O segundo costuma ser bastante restrito.
É preciso que haja uma estrutura harmoniosa entre ação, lugar e tempo, subentendida em: apresentação, conflito, clímax e desfecho.
O conto não se fixa em demoradas análises e excessos de caracteres das personagens, que em geral são poucas e tendem a mostrar apenas uma faceta de determinado caráter, jamais as supostas totalidades das mesmas.
Essencialmente o conto deve ser objetivo, com uma linguagem direta e concreta. Pode ser narrado em primeira ou terceira pessoa, em três maneiras de diálogo: direto, indireto e monólogo interior, sendo o primeiro preferido por esse tipo literário.
A narração de fatos fora da ação é executada com medida, a descrição é econômica ou apenas informativa e a dissertação é praticamente dispensável no conto.
Os contos podem ser: de ação, de caráter, de cenário ou de atmosfera, de idéia e de emoção.
Podemos concluir, então, que o conto sobressai por sua pequena extensão, objetiva descrição dos fatos, delimitação de tempo e espaço, caracteres essenciais das personagens e por fim elimina análises detalhadas.


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A caçadaPor Lygia Fagundes Telles
A loja de antiguidades tinha o cheiro de uma arca de sacristia com seus anos embolorados e livros comidos de traça. Com as pontas dos dedos, o homem tocou numa pilha de quadros. Uma mariposa levantou vôo e foi chocar-se contra uma imagem de mãos decepadas.

— Bonita imagem — disse ele. A velha tirou um grampo do coque, e limpou a unha do polegar. Tornou a enfiar o grampo no cabelo. — É um São Francisco.
Ele então voltou-se lentamente para a tapeçaria que tomava toda a parede no fundo da loja. Aproximou-se mais. A velha aproximou-se também. — Já vi que o senhor se interessa mesmo é por isso... Pena que esteja nesse estado. O homem estendeu a mão até a tapeçaria, mas não chegou a tocá-la. — Parece que hoje está mais nítida... — Nítida? — repetiu a velha, pondo os óculos. Deslizou a mão pela superfície puída. — Nítida, como? — As cores estão mais vivas. A senhora passou alguma coisa nela? A velha encarou-o. E baixou o olhar para a imagem de mãos decepadas. O homem estava tão pálido e perplexo quanto a imagem. — Não passei nada, imagine... Por que o senhor pergunta? — Notei uma diferença. — Não, não passei nada, essa tapeçaria não agüenta a mais leve escova, o senhor não vê? Acho que é a poeira que está sustentando o tecido acrescentou, tirando novamente o grampo da cabeça. Rodou-o entre os dedos com ar pensativo. Teve um muxoxo: — Foi um desconhecido que trouxe, precisava muito de dinheiro. Eu disse que o pano estava por demais estragado, que era difícil encontrar um comprador, mas ele insistiu tanto... Preguei aí na parede e aí ficou. Mas já faz anos isso. E o tal moço nunca mais me apareceu. — Extraordinário... A velha não sabia agora se o homem se referia à tapeçaria ou ao caso que acabara de lhe contar. Encolheu os ombros. Voltou a limpar as unhas com o grampo. — Eu poderia vendê-la, mas quero ser franca, acho que não vale mesmo a pena. Na hora que se despregar, é capaz de cair em pedaços. O homem acendeu um cigarro. Sua mão tremia. Em que tempo, meu Deus! em que tempo teria assistido a essa mesma cena. E onde?... Era uma caçada. No primeiro plano, estava o caçador de arco retesado, apontando para uma touceira espessa. Num plano mais profundo, o segundo caçador espreitava por entre as árvores do bosque, mas esta era apenas uma vaga silhueta, cujo rosto se reduzira a um esmaecido contorno. Poderoso, absoluto era o primeiro caçador, a barba violenta como um bolo de serpentes, os músculos tensos, à espera de que a caça levantasse para desferir-lhe a seta. O homem respirava com esforço. Vagou o olhar pela tapeçaria que tinha a cor esverdeada de um céu de tempestade. Envenenando o tom verde-musgo do tecido, destacavam-se manchas de um negro-violáceo e que pareciam escorrer da folhagem, deslizar pelas botas do caçador e espalhar-se no chão como um líquido maligno. A touceira na qual a caça estava escondida também tinha as mesmas manchas e que tanto podiam fazer parte do desenho como ser simples efeito do tempo devorando o pano. — Parece que hoje tudo está mais próximo — disse o homem em voz baixa. — É como se... Mas não está diferente? A velha firmou mais o olhar. Tirou os óculos e voltou a pô-los. — Não vejo diferença nenhuma. — Ontem não se podia ver se ele tinha ou não disparado a seta... — Que seta? O senhor está vendo alguma seta? — Aquele pontinho ali no arco... A velha suspirou. — Mas esse não é um buraco de traça? Olha aí, a parede já está aparecendo, essas traças dão cabo de tudo — lamentou, disfarçando um bocejo. Afastou-se sem ruído, com suas chinelas de lã. Esboçou um gesto distraído: — Fique aí à vontade, vou fazer meu chá. O homem deixou cair o cigarro. Amassou-o devagarinho na sola do sapato. Apertou os maxilares numa contração dolorosa. Conhecia esse bosque, esse caçador, esse céu — conhecia tudo tão bem, mas tão bem! Quase sentia nas narinas o perfume dos eucaliptos, quase sentia morder-lhe a pele o frio úmido da madrugada, ah, essa madrugada! Quando? Percorrera aquela mesma vereda aspirara aquele mesmo vapor que baixava denso do céu verde... Ou subia do chão? O caçador de barba encaracolada parecia sorrir perversamente embuçado. Teria sido esse caçador? Ou o companheiro lá adiante, o homem sem cara espiando por entre as árvores? Uma personagem de tapeçaria. Mas qual? Fixou a touceira onde a caça estava escondida. Só folhas, só silêncio e folhas empastadas na sombra. Mas, detrás das folhas, através das manchas pressentia o vulto arquejante da caça. Compadeceu-se daquele ser em pânico, à espera de uma oportunidade para prosseguir fugindo. Tão próxima a morte! O mais leve movimento que fizesse, e a seta... A velha não a distinguira, ninguém poderia percebê-la, reduzida como estava a um pontinho carcomido, mais pálido do que um grão de pó em suspensão no arco. Enxugando o suor das mãos, o homem recuou alguns passos. Vinha-lhe agora uma certa paz, agora que sabia ter feito parte da caçada. Mas essa era uma paz sem vida, impregnada dos mesmos coágulos traiçoeiros da folhagem. Cerrou os olhos. E se tivesse sido o pintor que fez o quadro? Quase todas as antigas tapeçarias eram reproduções de quadros, pois não eram? Pintara o quadro original e por isso podia reproduzir, de olhos fechados, toda a cena nas suas minúcias: o contorno das árvores, o céu sombrio, o caçador de barba esgrouvinhada, só músculos e nervos apontando para a touceira... "Mas se detesto caçadas! Por que tenho que estar aí dentro?" Apertou o lenço contra a boca. A náusea. Ah, se pudesse explicar toda essa familiaridade medonha, se pudesse ao menos... E se fosse um simples espectador casual, desses que olham e passam? Não era uma hipótese? Podia ainda ter visto o quadro no original, a caçada não passava de uma ficção. "Antes do aproveitamento da tapeçaria..." — murmurou, enxugando os vãos dos dedos no lenço.
Atirou a cabeça para trás como se o puxassem pelos cabelos, não, não ficara do lado de fora, mas lá dentro, encravado no cenário! E por que tudo parecia mais nítido do que na véspera, por que as cores estavam mais fortes apesar da penumbra? Por que o fascínio que se desprendia da paisagem vinha agora assim vigoroso, rejuvenescido?... Saiu de cabeça baixa, as mãos cerradas no fundo dos bolsos. Parou meio ofegante na esquina. Sentiu o corpo moído, as pálpebras pesadas. E se fosse dormir? Mas sabia que não poderia dormir, desde já sentia a insônia a segui-lo na mesma marcação da sua sombra. Levantou a gola do paletó. Era real esse frio? Ou a lembrança do frio da tapeçaria? "Que loucura!... E não estou louco", concluiu num sorriso desamparado. Seria uma solução fácil. "Mas não estou louco.". Vagou pelas ruas, entrou num cinema, saiu em seguida e quando deu acordo de si, estava diante da loja de antiguidades, o nariz achatado na vitrina, tentando vislumbrar a tapeçaria lá no fundo. Quando chegou em casa, atirou-se de bruços na cama e ficou de olhos escancarados, fundidos na escuridão. A voz tremida da velha parecia vir de dentro do travesseiro, uma voz sem corpo, metida em chinelas de lã: "Que seta? Não estou vendo nenhuma seta..." Misturando-se à voz, veio vindo o murmurejo das traças em meio de risadinhas. O algodão abafava as risadas que se entrelaçaram numa rede esverdinhada, compacta, apertando-se num tecido com manchas que escorreram até o limite da tarja. Viu-se enredado nos fios e quis fugir, mas a tarja o aprisionou nos seus braços. No fundo, lá no fundo do fosso, podia distinguir as serpentes enleadas num nó verde-negro. Apalpou o queixo. "Sou o caçador?" Mas ao invés da barba encontrou a viscosidade do sangue. Acordou com o próprio grito que se estendeu dentro da madrugada. Enxugou o rosto molhado de suor. Ah, aquele calor e aquele frio! Enrolou-se nos lençóis. E se fosse o artesão que trabalhou na tapeçaria? Podia revê-la, tão nítida, tão próxima que, se estendesse a mão, despertaria a, folhagem. Fechou os punhos. Haveria de destruí-la, não era verdade que além daquele trapo detestável havia alguma coisa mais, tudo não passava de um retângulo de pano sustentado pela poeira. Bastava soprá-la, soprá-la! Encontrou a velha na porta da loja. Sorriu irônica: — Hoje o senhor madrugou. — A senhora deve estar estranhando, mas... — Já não estranho mais nada, moço. Pode entrar, pode entrar, o senhor conhece o caminho... "Conheço o caminho" — murmurou, seguindo lívido por entre os móveis. Parou. Dilatou as narinas. E aquele cheiro de folhagem e terra, de onde vinha aquele cheiro? E por que a loja foi ficando embaçada, lá longe? Imensa, real só a tapeçaria a se alastrar sorrateiramente pelo chão, pelo teto, engolindo tudo com suas manchas esverdinhadas. Quis retroceder, agarrou-se a um armário, cambaleou resistindo ainda e estendeu os braços até a coluna. Seus dedos afundaram por entre galhos e resvalaram pelo tronco de uma árvore, não era uma coluna, era uma árvore! Lançou em volta um olhar esgazeado: penetrara na tapeçaria, estava dentro do bosque, os pés pesados de lama, os cabelos empastados de orvalho. Em redor, tudo parado. Estático. No silêncio da madrugada, nem o piar de um pássaro, nem o farfalhar de uma folha. Inclinou-se arquejante. Era o caçador? Ou a caça? Não importava, não importava, sabia apenas que tinha que prosseguir correndo sem parar por entre as árvores, caçando ou sendo caçado. Ou sendo caçado?... Comprimiu as palmas das mãos contra a cara esbraseada, enxugou no punho da camisa o suor que lhe escorria pelo pescoço. Vertia sangue o lábio gretado. Abriu a boca. E lembrou-se. Gritou e mergulhou numa touceira. Ouviu o assobio da seta varando a folhagem, a dor! "Não..." - gemeu, de joelhos. Tentou ainda agarrar-se à tapeçaria. E rolou encolhido, as mãos apertando o coração.
Publicado no livro "Antes do baile verde", José Olympio Editora – Rio de Janeiro, 1979, foi incluído entre "Os cem melhores contos brasileiros do século", seleção de Ítalo Moriconi, Editora Objetiva – Rio de Janeiro, 2000, pág. 265.
(Extraído de http://www.releituras.com.br. Acesso em: 16 mar. 2008.)


Utilize o espaço abaixo para fazer a ilustração do conto: ”A caçada”, escrito por Lygia Fagundes Telles.


Objetivos:

Proporcionar condições para que o aluno utilize as linguagens: verbal, gráfica e plástica, como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais.
Entendendo o texto

Localize as expressões a seguir no texto e dê um sinônimo para cada uma delas. Use o dicionário!

1. “arca da sacristia”____________________________________________________________
2. “superfície puída” ___________________________________________________________
3. “teve um muxoxo”____________________________________________________________
4. “arco retesado” _____________________________________________________________
5. “uma touceira espessa” _______________________________________________________
6.“o segundo caçador espreitava por entre as árvores do bosque” ____________________________________________________________________________
7. “um esmaecido contorno”______________________________________________________
8. “percorrera aquela mesma vereda”______________________________________________
9. “sorrir perversamente embuçado” _______________________________________________
10. “vulto arquejante da caça” ____________________________________________________
11. “pontinho carcomido”________________________________________________________
12. “cerrou os olhos” ___________________________________________________________
13. “o caçador de barba esgrouvinhada” ___________________________________________
14. “veio vindo o murmurejo das traças” ____________________________________________
15. “segundo lívido por entre os móveis” ___________________________________________
16. “resvalaram pelo tronco de uma árvore” _________________________________________
17. “lá no fundo do fosso” _______________________________________________________
18. “serpentes enleadas num nó” _________________________________________________
19. “nem o farfalhar de uma folha” ________________________________________________
20. “olhar esgazeado” __________________________________________________________
21. “vertia sangue o lábio gretado” ________________________________________________

Objetivos:
Criar condições para que o aluno possa:
-compreender textos orais e escritos com os quais se defronta em diferentes situações;
-ampliar o vocabulário;
-usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexão sobre a língua para expandir as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade de análise crítica;
-buscar diferentes fontes de informação.


Resumo é uma condensação fiel das idéias ou dos fatos contidos no texto.
Enredo é o conjunto dos fatos e acontecimentos da narrativa.
Clímax é a culminância de todo o conflito.


1- Faça um resumo do enredo de “A Caçada”.
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2- Geralmente, no conto, o narrador direciona toda a sua atenção para um único conflito. Qual é o conflito existente nesse conto?
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3- Retire do texto o trecho onde ocorre o clímax do conto.
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Objetivos:
Proporcionar condições para que o aluno:
-reconheça alguns elementos do conto;
-desperte o gosto pela leitura desse gênero literário;
-reconheça e utilize em seu cotidiano elementos da estrutura da língua escrita, tais como a técnica de elaborar resumos.

óóóóóó

As personagens aparecem, no conto, em número limitado. O narrador não se preocupa em descrevê-las detalhadamente, mas faz com que todas se liguem diretamente ao conflito.



1-Quem é a personagem principal de “A Caçada”?Justifique a sua resposta.
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2-Releia o conto e crie um final diferente para ele.
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Objetivos:

Que o aluno seja capaz de:
-demonstrar segurança na defesa de argumentos próprios;
-identificar elementos do conto;
-ampliar sua capacidade de imaginação.


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Espaço é o lugar onde acontecem os fatos, e no conto é sempre restrito, único.



1 - No conto de Lygia Fagundes Telles como é o espaço?
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2 - De acordo com as descrições dos espaços existentes no conto, como podemos interpretar/entender as sensações ou sentimentos da personagem principal?
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Tempo é o momento em que ocorrem os fatos. Às vezes aparece determinado: tempo cronológico; outras vezes, o narrador ignora esse tempo objetivo, atribuindo-lhe um valor secundário, sendo impossível determiná-lo precisamente: tempo psicológico.


3 - Como você determina o tempo no caso de “A caçada”?
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Foco narrativo é o ponto de vista em que a narração é feita, que pode ser em:
-1ª pessoa: o narrador é a própria personagem ou uma personagem que participa da história;
-3ª pessoa: o narrador, de fato, observa os fatos e as personagens, descrevendo-os, invadindo, ou não, seu mundo interior.



4 - Qual o foco narrativo do conto que você leu?Comprove com passagens do texto.
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Objetivos:

Criar condições para que o aluno:
-conheça elementos do conto;
-desperte o gosto para a leitura;
-adquira ferramentas para a comparação e interpretação dos mais variados gêneros literários.





O conto “A Caçada” foi escrito por Lygia Fagundes Telles. Leia a biografia da autora.
Depois, produza uma autobiografia.

Objetivos:
Proporcionar condições para que o aluno:
-valorize e conheça a produção nacional;
-aprimore a habilidade escrita, expressando-se com clareza e coerência;
-conheça e respeite a história de vida de outras pessoas.

BIOGRAFIA: Lygia Fagundes Telles
(...) "Com a ponta da língua pude sentir a semente apontandosob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspia semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmagoaté atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto".
(Verde lagarto amarelo)
Quarta filha do casal Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, nasce na capital paulista, em 19 de abril de 1923, Lygia de Azevedo Fagundes, na rua Barão de Tatuí. Seu pai, advogado, exerceu os cargos de delegado e promotor público em diversas cidades do interior paulista (Sertãozinho, Apiaí, Descalvado, Areias e Itatinga), razão porque a escritora passa seus primeiros anos da infância mudando-se constantemente. Acostuma-se a ouvir histórias contadas pelas pajens e por outras crianças. Em pouco tempo, começa a criar seus próprios contos e, em 1931, já alfabetizada, escreve nas últimas páginas de seus cadernos escolares as histórias que irá contar nas rodas domésticas. Como ocorreu com todos nós, as primeiras narrativas que ouviu falavam de temas aterrorizantes, com mulas-sem-cabeça, lobisomens e tempestades.
Seu pai gostava de freqüentar casas de jogos, levando Lygia consigo "para dar sorte". Diz a escritora: "Na roleta, gostava de jogar no verde. Eu, que jogo na palavra, sempre preferi o verde, ele está em toda a minha ficção. É a cor da esperança, que aprendi com meu pai."
Em 1936 seus pais se separam, mas não se desquitam.
Porão e sobrado é o primeiro livro de contos publicado pela autora, em 138, com a edição paga por seu pai. Assina apenas como Lygia Fagundes.
No ano seguinte termina o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos, na capital paulista. Ingressa, em 1940, na Escola Superior de Educação Física, naquela cidade. Ao mesmo tempo, freqüenta o curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco.
Inicia o curso de Direito em 1941, freqüentando as rodas literárias que se reuniam em restaurantes, cafés e livrarias próximas à faculdade. Ali conhece Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales Gomes, entre outros, e integra a Academia de Letras da Faculdade e colabora com os jornais Arcádia e A Balança. Para se sustentar, trabalha como assistente do Departamento Agrícola do Estado de São Paulo. Nesse ano conclui o curso de Educação Física.
Praia viva, sua segunda coletânea de contos, é editada em 1944 pela Martins, de São Paulo. O ano de 1945 marca o ano de falecimento de seu pai. Atenta aos acontecimentos políticos, Lygia participa, com colegas da Faculdade, de uma passeata contra o Estado Novo.
Terminado o curso de Direito, em 1946, só três anos depois a escritora publica, pela editora Mérito, seu terceiro livro de contos, O cacto vermelho. O volume recebe o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras.
Casa-se com o jurista Goffredo da Silva Telles Jr., seu professor na Faculdade de Direito que, na ocasião,1950, era deputado federal. Muda-se, em virtude desse fato, para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal.
Com seu retorno à capital paulista, em 1952, começa a escrever seu primeiro romance, Ciranda de pedra. Na fazenda Santo Antônio, em Araras - SP, de propriedade da avó de seu marido, para onde viaja constantemente, escreve várias partes desse romance. Essa fazenda ficou famosa na década de 20, pois lá reuniam-se os escritores e artistas que participaram do movimento modernista, tais como Mário e Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Mafaldi e Heitor Villa-Lobos.
Maria do Rosário, sua mãe, falece em 1953 e, no ano seguinte, nasce seu único filho, Goffredo da Silva Telles Neto. As Edições O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, lançam Ciranda de pedra.
Seu livro de contos, Histórias do desencontro, é publicado pela editora José Olympio, do Rio de Janeiro, e é premiado pelo Instituto Nacional do Livro, em 1958.
Em 1960 separa-se de seu marido Goffredo e, no ano seguinte, começa a trabalhar como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.
Dois anos depois lança, pela editora Martins, de São Paulo, seu segundo romance, Verão no aquário. Passa a viver com Paulo Emílio Salles Gomes e começa a escrever o romance As meninas, inspirado no momento político por que passa o país.
Em 1964 e 1965 são publicados seus livros de contos Histórias escolhidas e O jardim selvagem, respectivamente, pela editora Martins.
A convite do cineasta Paulo César Sarraceni e em parceria com Paulo Emílio Salles Gomes, em 1967, faz a adaptação para o cinema do romance D. Casmurro, de Machado de Assis. Esse trabalho foi publicado, em 1993, pela editora Siciliano, de São Paulo, sob o título de Capitu.
Seu livro de contos Antes do baile, publicado pela Bloch, do Rio de Janeiro, em 1970, recebe o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França.
O lançamento, em 1973, pela José Olympio, de seu terceiro romance, As meninas, é um sucesso. A escritora arrebata todos os prêmios literários de importância no país: o Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e o de "Ficção" da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Seminário de ratos, contos, é publicado em 1977 pela José Olympio e recebe o prêmio da categoria Pen Club do Brasil. Nesse ano participa da coletânea Missa do Galo: variações sobre o mesmo tema, livro organizado por Osman Lins a partir do conto clássico de Machado de Assis. Integra o corpo de jurados do Concurso Unibanco de Literatura, ao lado dos escritores e críticos literários Otto Lara Resende, Ignácio de Loyola Brandão, João Antônio, Antônio Houaiss e Geraldo Galvão Ferraz.
Em setembro desse ano, falece Paulo Emílio Salles Gomes. A escritora assume, face ao ocorrido, a presidência da Cinemateca Brasileira, que Paulo Emílio ajudara a fundar.
Em 1978 a editora Cultura, de São Paulo, lança Filhos pródigos. Essa coletânea de contos seria republicada a partir de 1991 sob o título A estrutura da bolha de sabão. A TV Globo leva ao ar um Caso Especial baseado no conto "O jardim selvagem".
Sua editora no período de 1980 até 1997, a Nova Fronteira, do Rio de Janeiro publica A disciplina do amor. No ano seguinte lança Mistérios, uma coletânea de contos fantásticos. A TV Globo transmite a telenovela Ciranda de pedra, adaptada de seu romance.
Em 1982 é eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, por 32 votos a 7, é eleita, em 24 de outubro, para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, fundada por Gregório de Mattos, na vaga deixada por Pedro Calmon. Sua posse só ocorre em 12 de maio de 1987. Ainda em 1985 é agraciada com a medalha da Ordem do Rio Branco.
1989 é o ano de lançamento de seu romance As horas nuas. Recebe a Comenda Portuguesa Dom Infante Santo. Em 1990 seu filho, Goffredo Neto, realiza o documentário Narrarte, sobre a vida e a obra da mãe. Em 1991 aposenta-se como funcionária pública.
A Rede Globo de Televisão apresenta, em 1993, dentro da série Retratos de mulher, a adaptação da própria escritora do seu conto "O moço do saxofone", que faz parte do livro Antes do baile verde, num episódio denominado "Era uma vez Valdete".
Participa da Feira o Livro de Frankfurt, na Alemanha, em 1994, e lança, no ano seguinte, um novo livro de contos, A noite escura e mais eu, que ganhou os prêmios de Melhor livro de contos, concedido pela Biblioteca Nacional; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e Prêmio APLUB de Literatura.
Em 1996 estréia o filme As meninas, de Emiliano Ribeiro, baseado em romance homônimo de Lygia. Em 1997 participa da série O escritor por ele mesmo, do Instituto Moreira Salles. A editora Rocco adquire os direitos de publicação de toda a obra passada e futura da escritora.
Em 1998, a convite do governo francês, participa do Salão do Livro da França.
Seu livro Invenção e Memória foi agraciado com o Prêmio Jabuti, na categoria ficção, em 2001. Recebe, também, o "Golfinho de Ouro" e o Grande Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Agraciada, em março de 2001, com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB).Em 2005, recebe o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa.
(Extraído de http://www.releituras.com.br. Acesso em: 16 mar. 2008.)

1 – Reescreva o parágrafo abaixo colocando a pontuação necessária:


Não não passei nada essa tapeçaria não agüenta a mais leve escova o senhor não vê Acho que é a poeira que está sustentando o tecido acrescentou tirando novamente o grampo da cabeça Rodou-o entre os dedos com ar pensativo Teve um muxoxo Foi um desconhecido que trouxe precisava muito de dinheiro Eu disse que o pano estava por demais estragado que era difícil encontrar comprador mas ele insistiu tanto Preguei aí na parede e aí ficou Mas já faz anos isso E o tal moço nunca mais me apareceu


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Objetivo:

Espera-se que o aluno utilize, em seu cotidiano, os elementos corretos da pontuação na estrutura da língua escrita.



Bibliografia

FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Leitura e redação. São Paulo: Ática, 1997.

MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Cultrix, 4ª ed., 1971.

PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS: LÍNGUA PORTUGUESA. Secretaria de Educação Fundamental. 2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000, vol. 2,144p.

SOARES, Angélica. Gêneros Literários. 6ª ed. São Paulo: Ática, 2006.

SORDI, Rose. Magistrando a língua portuguesa: literatura brasileira, redação, gramática, metodologia de ensino e literatura infantil. São Paulo: Moderna, v. 1,1991. 191p.

http://www.releituras.com.br. Acesso em: 16 mar. 2008.

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