quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A imigração e suas faces

“A Imigração sobre o Ponto de vista Brasileiro e o Americano”

A imigração no Brasil teve seu ápice em meados de 1870, e teve como mola propulsora o termino do tráfico internacional de escravos para o Brasil e a expansão da economia advindas das grandes plantações de café no estado de São Paulo.
Podemos considerar o início da imigração no Brasil a data de 1530, pois a partir deste momento os portugueses vieram para o nosso país para dar início ao plantio de cana-de-açúcar. Porém, a imigração intensificou-se a partir de 1818, com a chegada dos primeiros imigrantes não-portugueses, que vieram para cá durante a regência de D. João VI. Devido ao enorme tamanho do território brasileiro e ao desenvolvimento das plantações de café, a imigração teve uma grande importância para o desenvolvimento do país, no século XIX.
Em busca de oportunidades na terra nova, para cá vieram os suíços, que chegaram em 1819 e se instalaram no Rio de Janeiro (Nova Friburgo), os alemães, que vieram logo depois, em 1824, e foram para o Rio Grande do Sul (Novo Hamburgo, São Leopoldo, Santa Catarina, Blumenau, Joinville e Brusque), os eslavos, originários da Ucrânia e Polônia, habitando o Paraná, os turcos e os árabes, que se concentraram na Amazônia, os italianos de Veneza, Gênova, Calábria, e Lombardia, que em sua maior parte vieram para São Paulo, os japoneses, entre outros. O maior número de imigrantes no Brasil são os portugueses, que vieram em grande quantidade desde o período da Independência do Brasil.
Após a abolição da escravatura (1888), o governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus em nosso território. Com a necessidade de mão-de-obra qualificada, para substituir os escravos, milhares de italianos e alemães chegaram para trabalhar nas fazendas de café do interior de São Paulo, nas indústrias e na zona rural do sul do país. No ano de 1908, começou a imigração japonesa com a chegada ao Brasil do navio Kasato Maru, trazendo do Japão 165 famílias de imigrantes japoneses. Estes também buscavam os empregos nas fazendas de café do oeste paulista.
Todos estes povos vieram e se fixaram no território brasileiro com os mais variados ramos de negócio, como por exemplo, o ramo cafeeiro, as atividades artesanais, a policultura, a atividade madeireira, a produção de borracha, a vinicultura, etc.
Atualmente, observamos um novo grupo imigrando para o Brasil: os coreanos. Estes não são diferentes dos anteriores, pois da mesma forma, vieram acreditando que poderão encontrar oportunidades aqui que não encontram em seu país de origem. Eles se destacam no comércio vendendo produtos dos mais variados tipos que vai desde alimentos, calçados, vestuário (roupas e acessórios) até artigos eletrônicos.
Embora a imigração tenha seu lado positivo, muitos países, como por exemplo, os Estados Unidos, procuram dificultá-la e, sempre que possível, até mesmo impedi-la, para, desta forma, tentar evitar um crescimento exagerado e desordenado de sua população. Cada vez mais medidas são adotadas com este propósito e uma delas é a dificuldade para se obter um visto americano no passaporte.
Conclusão: O processo imigratório foi de extrema importância para a formação da cultura brasileira. Esta foi, ao longo dos anos, incorporando características dos quatro cantos do mundo. Basta pararmos para pensar nas influências trazidas pelos imigrantes, que teremos um leque enorme de resultados: o idioma português, a culinária italiana, as técnicas agrícolas alemãs, as batidas musicais africanas e muito mais. Graças a todos eles, temos um país de múltiplas cores e sabores. Um povo lindo com uma cultura diversificada e de grande valor histórico.
É no século XIX que os Estados Unidos protagonizam um movimento migratório nunca antes visto na História da humanidade. A conquista de novos territórios e a marcha para o Oeste fermentam a entradas de muitos milhões de imigrantes. Em suma, a Europa vivia um momento conturbado, marcado por diversas guerras, conflitos e pobreza. Uma quantidade enorme de pessoas cruzaram o Oceano Atlântico para "fazer a América". Em meados do século XIX, os ingleses foram superados pelos imigrantes
irlandeses e alemães. Os irlandeses já imigravam para os Estados Unidos desde o século XVIII, em sua maior parte presbiterianos ou escoceses-irlandeses. A grande onda de fome que assolou a Irlanda na década de 1840 impulssionou um incrível contigente de imigrantes da Irlanda católica. Mais de um milhão de pessoas morreram de fome nesse período. Os alemães, que já haviam se estabelecido em regiões como a Pennsylvania, passaram a imigrar em grande número por fatores econômicos. Franceses do Canadá iriam completar os maiores contingentes de imigrantes na América do século XIX. Entre 1820 e 1930, entraram 5 milhões de alemães, 4,5 milhões de irlandeses, 3,5 milhões de ingleses e 900 mil franceses do Canadá nos Estados Unidos.
No final do século XIX, os imigrantes do norte e
centro da Europa foram superados pelos imigrantes do Sul da Europa, em sua maioria italianos. Entre 1870 e 1980 entraram 5,3 milhões de italianos nos Estados Unidos, a maior parte dos quais escolheu Nova Iorque como nova morada. No mesmo período chegaram 2 milhões de pessoas do Leste europeu, quase todos poloneses, que se concentraram na região de Chicago. Os judeus, quase todos europeus, somaram 2 milhões de imigrantes entre 1880 e 1924.
Italianos, irlandeses e poloneses sofreram grande preconceito por parte da população americana de origem anglo-saxã, principalmente por serem
católicos, em um país dominado por dogmas protestantes. Ademais, eram considerados "pouco brancos" para os padrões germânicos que pairavam na mentalidade racista de alguns. Para os judeus a convivência foi ainda mais árdua, pois eram considerados uma "raça inferior". A adaptação e integração dentro da cultura americana foi, em decorrência, difícil e sofrida.Imigrantes nórdicos chegaram em grande número. Aproximadamente 1,5 milhão de suecos e noruegueses chegaram entre o século XIX e XX, povoando diversas localidades do Centro-Oeste americano (Dakota do Norte, Dakota do Sul, Minnesota, etc).
Outras imigrações menores chegaram de todos os cantos da Europa e da
Ásia, incluindo-se milhares de chineses, japoneses, filipinos e indianos.
Os Estados Unidos continuam a ser a terra de entrada de milhões de imigrantes. Na atualidade, quem domina essa imigração são os latino-americanos e, em especial, os mexicanos. Vivem hoje quase 30 milhões de pessoas de origem mexicana nos EUA. Estados próximos ao México, como Arizona, Texas, Novo México, Califórnia e Flórida são, a cada ano, "inundados" com a entrada de novos imigrantes. Porto Rico, Cuba e São Salvador também mandam milhares de imigrantes a cada ano. Os brasileiros já são quase um milhão em terras norte-americanas.
Cerca de 45 milhões de americanos são, hoje, de origem
latina. São mais numerosos que os negros e são o grupo étnico que mais cresce no País.

Plano de Aula: Língua Estrangeira
Por: Luara Oliveira, Maria José de Carvalho e Miriam Cunha

Titulo: A imigração e suas faces
Conteúdo: História da formação étnica e cultural brasileira em detrimento da formação étnica e cultural americana com ênfase nas características de sua política de relacionamento e acolhimento e sua pluralidade cultural.
Série: 1ª Série do Ensino Médio
Tempo Necessário: 4 Aulas

Introdução:
Um dos temas transversais presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais é a análise da pluralidade cultural. Na realidade brasileira e americana o reconhecimento dessa pluralidade só é possível se forem desenvolvidos estudos que demonstrem a relevância dos diversos sujeitos históricos presentes na formação do povo e da cultura do nosso país.
Assim, ressaltar a participação dos diferentes grupos sociais que chegam ao Brasil e aos Estados Unidos permite o reconhecimento das trocas culturais estabelecidas nessas regiões. Além disso, serão possíveis reflexões/debates sobre as dificuldades de adaptação desses imigrantes, os preconceitos que sofreram e também as razões que geram a emigração.
Objetivo:
1) Estabelecimento de relações entre o passado e o presente.
2) Análise do documentário "O mundo cabe numa cadeira de barbeiro", de José Roberto Torero.
3) Reconhecimento dos diferentes fluxos migratórios que chegam ao Brasil e aos Estados Unidos
4) Estabelecimento das diferenças de acolhimento americano e brasileiro e das dicotomias em suas imigrações e formação enquanto pátria.
Estratégia:
1) Antes de tratar sobre o início da imigração para os territórios brasileiro e americano apresentar aos alunos o documentário "O mundo cabe numa cadeira de barbeiro" (ele tem cerca de 55 minutos). Fazer uma introdução, esclarecendo que os relatos apresentados no filme são de imigrantes que vieram ao Brasil no século 20, principalmente depois do início da década de 1930, mas que a observação deles permite perceber as dificuldades no uso da língua portuguesa, as necessidades de adequação aos costumes brasileiros e todas as questões que envolvem uma mudança de vida tão radical.
Além disso, é fundamental que, depois dessa análise, haja uma reflexão sobre a construção do documentário, no qual os fios de cabelo são utilizados como estratégia para o desenvolvimento do roteiro, pois são eles que permitem aos seis imigrantes relatarem suas experiências ao deixar seus países, suas diferentes trajetórias e a chegada ao território brasileiro, mais especificamente à cidade de São Paulo.
2) Logo a seguir, é interessante que haja uma exposição - na qual os alunos participem - sobre as principais razões que trazem os imigrantes ao Brasil no início do século 20. Para que a exposição seja mais eficaz, induzi-los a refletir sobre os motivos que levam um brasileiro á sair de sua pátria e os motivos que levam um americano a agir de forma semelhante.
É fundamental que os alunos percebam o quanto os conhecimentos trazidos de diferentes realidades históricas são relevantes para o desenvolvimento do país, inclusive no que se refere à economia, como, por exemplo, a exportação do café, que foi fortemente favorecida com a linha ferroviária Santos-Jundiaí, construída devido à participação de ingleses.
3) Oriente os alunos para que façam a árvore genealógica de suas famílias. A partir dela, peça que observem se hábitos dos seus cotidianos (hábitos alimentares, gestos, comportamentos diversos etc.) guardam alguma relação com as raízes de seus antepassados. Dessa maneira, eles perceberão as influências das culturas que aqui chegaram.
4) Conduzir os alunos a descreverem e relatarem as principais dificuldades encontradas por pessoas que buscam migrar para os Estados Unidos atualmente.
Avaliação:
1) Dividir a sala em três grandes grupos e pedir que cada um deles escreva uma pequena peça sobre a imigração para o Brasil e para os Estados Unidos. Nela devem constar ao menos três aspectos desenvolvidos em sala de aula:
 Forma como a imigração ocorreu em cada um dos paises
 Forma como a mesma é vista e aceita por cada uma
 Influências culturais e dificuldades de adaptação.
2) Solicite que cada grupo escolha alguns de seus componentes para realizar a leitura dramática da peça produzida.
3) Ao final da apresentação de cada equipe, o restante da turma deve avaliar o que houve de mais interessante na apresentação e se os três aspectos exigidos foram abordados.
Sugestões
Uma visita ao Museu do Imigrante pode permitir aos alunos não só o aprofundamento desse tema, mas também reflexões sobre o cotidiano dos imigrantes que chegavam à cidade de São Paulo.

“Commonality in Diversity in the United States”

“A América é um lindo buquê de muitas culturas. Cada cultura cresce e floresce adicionando a sua beleza e fragrância contribuindo para o enriquecimento desta grande terra.”

Faculdade Anhanguera de Campinas – Unidade III
Letras – 6º Período de 2009
Literatura Norte-Americana & Práticas Pedagógicas
Profª. Teresa Buscato Martins
Alunas:

Luara Magda de Oliveira RA 0737918
Maria José de Carvalho RA 0702646
Miriam Cunha dos Santos RA 0750025

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